ALÉM DA JANELA...
ALÉM DA JANELA
(Reeditando-me, pois é chegado o momento)
A janela aberta
Ofusca a minha retina.
Sinto os olhos da rua sobre mim...
Um olhar que me despe!
Um vento gelado arrepia os poros,
Me movo ( ou sou movido)
Sinto de novo os olhos sobre mim...
São muitos e já multiplicam-se!
Que pretendem?
Querem roubar o meu sonho?
Eu sei que estão do outro lado,
Ouço os gritos e vejo o concreto...
Se misturam... numa só fusão...
Não defino o sexo:
Mas sei que não são anjos...
Querem roubar o meu sonho!
Consigo levantar,
Fecho a janela...
Quero voltar a sonhar,
Já não ouço os gritos...
A paz retomada... o silencio...
Deixo que o sonho me leve,
Voando num frenético desejo...
Buscando... buscando...
O além... o muito além da janela.