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Resgatando minha vida
Posso dizer, com total segurança, que minhas desavenças com o meu próprio viver chegou a níveis assustadores. Me desiludi de tal forma comigo mesma, me desencantei, sobremaneira, com a minha condição de ser humano inserido superficialmente no mundo, que ficou difícil encontrar motivação para viver a vida de forma plena.
Por isso, me deixei, apaticamente, ficar a ver a vida passar diante de mim sem que eu tivesse coragem de embarcar em sua boleia, sem que eu tivesse a ousadia de viver, plenamente, tudo o que ela colocava ao meu alcance.
Quantas não foram as vezes que me esquivei de vivenciar sonhos por não achar que era merecedores deles? Por quantas vezes não me acovardei diante de situações que exigiam de mim um pouco de insanidade? Daquela insanidade boa, que nos faz ter coragem para fazer coisas que não faríamos se estivéssemos no pleno domínio das nossas razões.
Não sei a resposta exata para esses questionamentos, porém, o que sei, é que me deixei ficar por tempo demais presa a situações que não me fizeram progredir como pessoa, que me deixei ficar inerte diante da possibilidade de resgatar um pedaço de mim que ficou atado a um mundo de ressentimentos e autocomiseração.
Então, emergi, agora sem nenhuma intenção de voltar a mergulhar, das águas turvas dos meus sentimentos inquietantes. Voltei à superfície e inspirei longamente.... senti o pulsar do coração da minha própria vida, que batia no compasso do meu voltar a existir.
Sei bem que ainda tenho um longo caminho para trilhar. Entendo que os progressos que obtive são ainda muito ínfimos diante da magnitude do que posso atingir. Mas, vislumbro um futuro promissor, no qual as lágrimas só rolarão nos momentos de extrema comunhão com o milagre da vida.

Um beijo carinhoso!