HÁ ESTRELAS, SIM...

E de noite, a qualquer hora noite, certos escritos são estrelas luminosas que luzem pelo prazer de ser o que são: clareiras no escuro da vida.

Clarões feito luar de palavras que se derramam pelos grotões virtuais e se fazem de bálsamo para quem sabe que a rotina, até mesmo a rotina, pode ser criativa. Depende muito de como saber se reinventar a cada momento que Deus nos dá.

Privilegiados são aqueles que têm olhos de contemplar para além da mesmice de cada dia. E veem flores na ponta dos espinhos.

E ternuras bem mais fortes que amarguras.

Leitura, ah que mistério profundo esse! Escrita, para alguns é algaravia. Para outros é o desvendamento de coisas simples.

Magia delicada que tece fios de estrelas em nosso olhar.

Há em algum lugar uma escrita fina que fere fundo sem machucar. Que tem a grandiosidade de desabrochar aquele sorriso-lágrima, rio de espanto tingindo a nossa face.

"Ontem vi um menino chorando. E lhe perguntei:

- Por que choras, minha criança?

Ele me olhou de um jeito grave e me respondeu:

- Meu cãozinho se perdeu na estrada... e eu tenho medo de que ele não saiba mais voltar... que morra de fome... ou que alguém o tenha levado de mim.

Eu disse:

- Não chore. Vamos juntos e acharemos o seu pequeno cachorro.

E ele me perguntou:

- Mas e se não o acharmos?

Eu respondi:

- E se o acharmos?

Ele sorriu, me deu a mão e saímos pela estrada.

Mesmo na noite escura havia se acendido em seus olhos uma estrela de esperança. Naquele momento, era tudo o que importava."

José de Castro
Enviado por José de Castro em 04/11/2014
Reeditado em 09/03/2017
Código do texto: T5022528
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