Curitiba, Vou te Cantar.

Para Gi Amaral & toda a equipe da 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.

Curitiba. Conheço-te como a caneta que risca a pauta e compõe o verso. Conheço-te tão bem como as parcas mulheres que um dia amei e outro não irei mais. Fitando-te aqui do alto do décimo andar da Mauá, bem pertinho do Couto Pereira ( eterno rival ), conheço mais um ângulo teu. Já me acostumei com as peças que prega: foi o lindo dia de sol de ontem e esse seu ranzinza céu cinza que gosta tanto de mostrar. Conheço tuas calçadas desengonçadas que dá tombo na tiazinho e no tiozinho e engana também nos gatões de meia idade desavisados que caminham por aí. Conheço tua colônia, teus bairros “tradicionais” e aquele que agora tem um nome pomposo em inglês e que volta e meia os playboyzinhos, que você trata a pires de leite feito gata amestrada, mostram suas garras & que não são assim tão pardos. Ah, Curitiba! Conheço teus lares e teus bares, muquifos, favelas, picadas, jornadas, sobes e desces, boates, casas suspeitas, porém interessantes & casas de família e de “sem famílias” feito eu aqui, conheço você no fundo da sua alma. A frieza do teu povo não tem nada de “cool.”É fria !, é caipira & e insegura. Tua timidez não me engana, Curitiba. Trepa pouco e reprime o sexo. Quando teria que ser ao contrário com seus dias enfarruscados! Mas tudo bem. Amar-te & odiar-te do fundo do meu coração e de minha alma açoitada de desenganos é meu mote de escrever. E escrevo para te encher. “Tem que ser macho pra viver aqui”, com já dizia o outro. Curitiba conheço-te até no hype do underground, veja só que só que “hippie chique”! Tem pinhão, pierogui, sal & pimenta e não se esqueça da galinha, do radicci & da polenta. VIna(wrust), então? Tem de montão na “Rua das Flores” e tem cada maluco que passa todo dia o dia inteiro por lá...”Ah, se tu soubesses como sou tão carinhoso e muito muito que te quero”...Ah, você soubesse o que sei sobre você & as mentiras que ando espalhando por aí...Você , com absoluta certeza, faria nevar em dezembro! O que fito da minha panorâmica nesse momento é indescritível. Uma bruma triste de um dia invernal. Será para homenagear o David Bowie? Ou o Senhor Noel aquele velhinho batuta, tão filha da puta que não presenteia os miseráveis como eu com um fim de semana de sol mais do que vinte e nove dias do ano. E o ano se aproxima do seu fatídico fim, como é boa a instabilidade, e de clima você entende como ninguém. Por isso ainda te admiro e lhe dedico essas mal traçadas linhas, cheias de clichês propositais que muito te encanta, e que outros melhores (ou menos loucos ) do que eu já páginas tantas lhe dedicaram, adoro seu senso de humor: sarcástico, torto, negro, ácido, cáustico e por vezes cruel. Feito o meu. Feito eu. O primeiro personagem quem inventa é o autor. E nesse retorno a rotina, minha sina, vou em prosa e verso te cantar. Curitiba eu te conheço até em Paranaguá...

Curitiba, 04 de dezembro de 2014, 16 graus célsius, Primavera.

Geraldo Topera
Enviado por Geraldo Topera em 04/12/2014
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