Errante

A verdade é que eu fui pra você um artifício ou um artefato?

A verdade é que você foi pra mim um suicídio ou um assassinato?

A mentira diz, no pé do meu ouvido gelado, que você me tratou como um rato

A mentira - minha mentira - diz que fui egoísta, que não lavei os pratos, não dei espaço pra você gritar

A vontade parece mostrar que fui um atrativo ou até um objeto, ninguém vai negar...

A verdade grita bem alto, aos prantos, que por você perdi meus amigos, fiquei sem um teto, sem onde me amar

A mágoa nem quer lembrar de você, nem segurar sua mão

E diz que você não presta

O perdão me grita no fundo, um grito assustado, um tanto abafado, com medo de não ser ouvido

Vem dizendo que não é você não, é o orgulho que veio de supetão, todo intrometido

Agora o amor vem dar opinião

Só me diz pra não dizer não

Diz que no fim você vai entender , só pra me explicar

Antes mesmo da mágoa te matar ou da mentira dizer que você se foi

Antes da vontade te arrancar de mim, o amor vai ajudar

Mesmo que tenha acabado, ou mesmo esteja mastigado

Ele um dia foi, e é o que mantém um respeito despedaçado

Por alguém que nem sei se foi

Ou se vai além

Peter Dahn
Enviado por Peter Dahn em 07/12/2014
Código do texto: T5061236
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