Bem no meio

Ela me parte ao meio.

Tortura bem clichê.

Abre uma bifurcação

Bem no meio

E com rodeios

Me ilude e esperança.

E dança, prolixa.

Sensualiza suas palavras difíceis.

Declara amor a outro, o outro.

Sorri tímida aos meus mimos.

Toques leves e disfarçados

Em meio a divagações

Aleatórias

E confusas.

Difusa, bebo vinho

Ela, só café,

Enquanto explica o que é fazer amor.

Sempre fui bom de teoria

Mas dessa vez quero na prática

Mas hoje, do doce,

Só tem uma banda.

Só um lado do disco.

Só uma metade da fruta.

Às vezes, laranja

Às vezes limão.

“Nós temos o que somos”

Disse ela,

“Somos o que sentimos

E gosto de você.”

E foi embora...

E só.