AMOR MORNO É PLACEBO

AMOR MORNO É PLACEBO

Amor é loucura para os lúcidos, zona de conforto para os loucos. Pois não sei sair do amor, posto que é dentro dele que eu moro. Porque amor que é amor há de ser louco, intenso, imediatista; amor morno é placebo. Não aprendi a assoprar para esfriar, não sei comer pelas beiradas, traga-me o amor fervendo em febre convulsiva, quero queimar a língua e beber-te com quinze por cento de teor alcoólico. Delira-me. Devora tudo que há está parado dentro de mim há mais de dois minutos, me prende, me revira o estômago e quebra minhas regras, minhas pernas. Ensina esse coração tolo a entender a sua língua pelo meu corpo, me tira o sono, provoca-me devaneios alheios à tudo aquilo que acreditei um dia. Entrega-me o que te há de mais bonito por dentro, que sou louca, mas o amor que guardo no peito é puro, é amor louco. Não me dê amor processado, requentados de um coração cicatrizado. Encanta minha vida com a sua presença longe, invade meus sonhos, minha boca, minhas coxas. Invade a minha vida e finca bandeira dentro de mim. Enlouquece. (Me). Pois que não sei viver em qualquer lugar são, se dentro do meu peito é o que de sagrado eu conheço. Pois que se me arranca da demência tola, me joga na clareza dos amores mornos, e não, lá é banal demais e eu não sei lidar. Me deixa nesse buraco sem fundo do seu amor insano, pois na loucura o cair é constante e cair não dói, o que dói é o solo. Não-duplo. Deixe-me assim em queda livre, febre ardendo, cabeça rodando, me deixa assim confortavelmente imune, pois aqui, só aqui dentro da loucura é que tem amor real, e eu nunca aprendi a viver em lugar são

BiancaB
Enviado por BiancaB em 31/12/2014
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