Fuga dos sentimentos

O sol quente do verão sufocava meu corpo. A ansiedade aumentava,nessa manhã de domingo. Era como se o corpo não coubesse dentro de si,os sentimentos pareciam querer fugir desesperadamente para qualquer lugar fora desse corpo minúsculo, perto de tamanha explosão interior que se manifestava nessa manhã.

Era quase um desespero sem controle,uma explosão prestes a acontecer. Sem motivo,o corpo havia se revoltado,transbordado de inúmeros sintomas inexplicáveis, que traziam dúvidas e inquietude.

O tempo ia passando,todo sentimento que insistia em fugir, trazia consigo,a esperança de ser único, viver independente,egoísta, teimoso,sem necessidade de ter um corpo,apenas existir sozinho. Assim a manhã se tornou longa,o tempo arrastado,enfraquecia o corpo que aos poucos perdia, ía ficando vazio.

Mas seria bom se esvaziasse,esse processo todo,trazia dor,a fuga deveria acabar, os ânimos se acalmarem para que o sentimento de leveza voltasse. E foi assim,aos poucos fui esvaziando até adormecer, e enfim ao acordar a leveza voltou a predominar,estava vazio e isso trazia tranquilidade para a alma.