Momento

Possa ser que o meu afeto pelas poesias tenham se apagado e, caso ainda brilhem, escondem-se sobre as estrelas, tais quais agora não vejo, ou talvez a ausência das minhas letras represente o que mais me agrada, o silêncio.

Possa ser que essa rede ao qual me aconchega não demostre nada a mais do que há em mim, a suavidade de uma balançar regido por um força natural, infelizmente não a mesma força, mas seria ótimo ser aliado do vento.

Disseram-me que vagar sem amarras é tarefa para os desapegados, tenho descoberto que não é verdade, pois sou saudade, ou ao menos, trechos dela. Contudo, ainda vago mesmo que parado, por pensar mais do que falo e amar mais do que imagino. A verdade é, ás vezes desisto dos registros escritos, mas, os preencho no peito.

Quando mais novo me havia um medo de perder as rimas, eis quando eu corria para desfrutar de uma singela palavra ou um sorriso visto. Soa puro, tão quão um dia fui, no entanto, hoje não parece-me necessário palavras descritas, apenas sentimentos construídos e reconhecidos pelo prazer do amor.

Ao que se refere aos sorrisos, os verdadeiros sempre serão uma inspiração para um descritor de sentimentos ou, um desertor das descrições, a definição não irá esclarecer meu momento, apenas registrará da mesma forma ao qual o peito há de fazer com constância. Enquanto ao afeto sobre a arte denominado ‘poesia’, se apaga por noite, mas, volta com a luz do dia.

Sávio Soares
Enviado por Sávio Soares em 26/01/2015
Código do texto: T5114716
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