Loucas horas!

Tenho olhos tortos para a vida, nariz empinado para não esquecer,

que viver dói sobremaneira.

Busco uma ilusão pra continuar, uma alegria besta pra rasgar a boca,

uma palavra que reinvente o amor, uma cama vadia pra ser melhor que vazia.

Uma insônia cheia de areia e sal, machucando as retinas,

nas pálpebras do vento, que não para de ventar,

um café doce escorrendo pela garganta, o fel nos dedos pra poder escrever.

São essas loucas horas que se arrastam, e se calam quando gritar já demora, é dor do pendulo parado na vertical, bem aqui na minha espinha dorsal.

Pendurada vou embalando os minutos do verbo amar.

Cássia Da Rovare...