TEMPESTADES DO SER

Na triste marca que meus passos deixam, vou criando trilhas que, como rugas numa pele envelhecida, não me levam a caminho algum. Ando, só sei que ando. E no turbilhão de pensamentos, qual plúmbeas nuvens, a tempestade se avizinha e o forte vento da solidão ameaça levar para longe os poucos sonhos que restaram. Vou, aflita, buscando um lugar, talvez além do arco-íris, para lá me apossar, quem sabe, do pote de ouro das ilusões. Não posso parar. Não consigo parar. O ar se movimenta e me empurra sempre mais, sempre à frente. A chuva vem e resfria mais e mais o meu corpo, mas nela encontro o refrigério porque me lava a alma, levando para longe os miasmas da desesperança, da descrença e do desamor. Chego, enfim, no exato local que o arco-íris toca o horizonte e, se não encontro os tesouros materiais propagados, encontro a calmaria que antecede a paz de espírito. Cheguei, com certeza, ao fim que eu buscava.
                                                                                                                                                 Giustina
(imagens Google)
Giustina
Enviado por Giustina em 09/02/2015
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