A morte do Poeta.

A MORTE DE UM POETA.

Então foi tu, o coração maldito, tu és quem de continuo fere a minha alma, afligindo-a com angustias intermináveis. Foi tu, o coração maldito, que me traia e enganava o tempo todo.

Então foi tu, o perverso coração, tu roubaste a alegria dos meus lábios, és tu que provoca as lágrimas que escorrem em minha face cabisbaixa.

Estou cansado de sofrer,

De gritar já não aquento mais,

O mundo desabou sobre meus pés,

Não suporto mais a dor que me corrói por dentro.

O que eu mais desejo neste momento, oh coração pérfido, é apenas chorar, derramar todas as lágrimas do mundo, quero que o meu ser se acabe em tristeza profunda, quero apenas caminhar nesta estrada escura até não ser mais visto. Traiçoeiro sentimento que me desnuda.

Crave em meu seio o destino cruel, as lâminas de todas as espadas, crave para sempre em meu peito, oh vida desventurada, os seus dardos mais venenosos.

Hoje quero apenas solidão,

Embriagar-me com o cálice da dor,

E gritar como ébrio do amor,

No silencio vermelho de meus olhos.

Não compreendo este mundo complexo, com todas essas pessoas confusas e distantes, ou sou eu que me distancio delas. Não compreendo este mundo que existe dentro de mim, eu o criei, e confesso que não o compreendo, não quero mais viver nele.

Que essas sejam as minhas últimas palavras poéticas,

Que olhos nenhum jamais leia outro verso meu,

Este poeta hoje morre para o mundo,

E quem sabe talvez, ele nasça para si mesmo.

Tiago Pena
Enviado por Tiago Pena em 28/02/2015
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