ARRANHA(CEU)

A noite escura e fria, torna-se mais fria

Esgueirando-se pelas paredes do quarto 7

Eis que por fim

Estou só com meus fantasmas

E nenhum sonífero traz-me o adormecimento

Não sinto nenhum cheiro

Nem o calor que hoje fugiu da cama larga

Nem o som que embala meu sono

Nem o braço onde apoio a cabeça enfadada

Hoje é a noite do encontro

Entre os meus Eus

Estes brigam e debatem mil lembranças

Dores inefáveis de criança

Dores inerentes, indolentes, inocentes

Mas sinto de cá o amor verdadeiro

O teu cheiro adentra pela porta

Vosso calor traz o sol de brilhante luz disposta

Conduz a orquestra da mais bela música

Põe-me a cabeça no melhor dos ângulos

O quarto 7 exala o amor verdadeiro

E sinto teu beijo primeiro, a espantar todos os meus pesadelos

Assim, cresce este jardim de Tulipas agora

Minha flora

Cá dentro descubro um único eu

Sou o Girassol que segue-te fiel, teu

Independente de tua distância, galáxias ao breu

Mesmo que seja madrugada, estrela amada

Teu brilho é meu ciclo, meu foco, meu giro

Erguendo o que sou te admiro

Deste modo do frio me retiro

Fixe!

No meio desta multidão de gente triste

O quarto 7 agradece

Que bom que você existe.

Fernanda Valencise
Enviado por Fernanda Valencise em 05/03/2015
Código do texto: T5158651
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