Vencido

Está perdido nos muros das cidades

Está preso num rio congelado

Está sendo sufocado por baixo dos asfaltos

Está sendo atropelado pela arrogância dentro dos carros.

Está livre nos campos da inocência

Respirando o ar puro debaixo das árvores

Queimando em alegria nas águas das cascatas

Se exercendo sem algemas nas almas

Dos poucos inocentes que restaram.

Está a procura de abrigo

De um colo,

De uma aberta

Ou de um corpo que queira ser aquecido.

Tenta tocar as pessoas de todas as formas

Em todos os sentidos,

Tenta, mesmo parecendo em vão

Fazer-se morada nos espíritos aflitos.

Teme ser esquecido para sempre

E cair no esquecimento das correntezas dos lagos

Tenta convencer o mar que ali não é o seu destino

E que é no sol que ele quer ficar.

Tenta se convencer que ainda não ficou louco

E que a razão voltará ao seu lado pouco a pouco

Quer acreditar que ele ainda faz falta e faz sentido

Tenta se levantar todos os dias

E sorrir para mascarar a dor.

É o amor,

Que nos dias de hoje,

Se encontra totalmente vencido.