Confusão e Amor

No centro da cidade, em meio aos cruzamentos da avenida

principal,um homem tentava atravessar.

Olhou para um lado só é foi.

Pumba! Um carro o arremessou aos céus, e como num tempo mágico, as coisas ficaram em câmara lenta. Os olhos das pessoas voltaram-se para o barulho, e quase que instantâneamente acompanharam o corpo voando no espaço.

O trânsito parou, as atendentes das lojas ao redor saíram até as portas para observar.

Os guardas de trânsito correram para um lado e outro, sem saber o que fazer.

As janelas de todos os andares dos prédios próximos ao local se abriram e inúmeras cabeças apareceram. Formou-se uma multidão ao redor da tragédia e as buzinas dos carros como se regidas por um maestro dispararam em diferentes tons. Um mendigo apareceu com um filhote de vira-lata nos braços e evitou passar perto do acidente,como que para ele, essa cena fosse bem familiar. Uma criança chorou dentro do ônibus e os passageiros ficaram inquietos. Ouviu-se uma voz entre todas as vozes que o homem havia falecido.

E no galho mais alto de uma flamboyant, na calçada lateral da avenida, um casal de pombos se beijava planejando criar uma nova vida...

Rômulo Cabral
Enviado por Rômulo Cabral em 08/06/2007
Reeditado em 15/07/2018
Código do texto: T518577
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