Entre Batucadas

Se a lembrança é boa, a saudade dói,

Mas é melhor que doa, do que nada ter a lembrar...

Sob a ótica da criança de olhar franco,

Uma época foi gravada a preto e branco;

Tempos cheios de motivos para batucadas,

Cujo som competia com muitas risadas!

Ali se agregava toda gente,

Vinha amigo, vizinho, vinha parente,

Quem não sabia cantar batucava,

E quem não tocava, sambava

Nessa folia bem organizada,

Até a Tia envergonhada cantava!

O Pai folião, brincava ao violão,

O Avô que pouco brincava,

Concentrado, o cavaquinho dedilhava,

O Tio que não cantava encantava no pandeiro,

O do vozeirão, exigia de si perfeição

E a Música Popular nos brindava,

Pelo esforço amador a arte desfilava

Num indo e vindo de Noel, Jacó, Nelson,

Muita gente boa; Ataulfo, Demônios da Garoa,

Contando com a Elizeth e ainda uns sete,

Sem esquecer nenhum samba-canção!

Tudo era alegria; Avós, Mães, meninada,

Tristeza só quando tudo terminava...

O samba que saía das caixas de fósforos,

Hoje são lembranças num baú de tesouros...

Como dizia o Nelson Cavaquinho:

"Tira o teu sorriso do caminho,

Que eu quero passar com a minha dor..."

Quem me dera desfazer os lamentos,

E voltando lá trás nos tempos,

Toda aquela época recompor!

Allba Ayko
Enviado por Allba Ayko em 14/04/2015
Código do texto: T5206596
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