Cadê o sorriso?

Na fachada: Consultórios. Entrei naquela sala de espera, era um pouco mais das 9:00 horas, algumas pessoas ali sentadas naquelas cadeiras “manjadas” azuis, aquelas grudadas umas nas outras.

Um vozerio vinha de todos os lados em diversos assuntos, em um canto um “revisteiro” todo bagunçado e no outro um desses purificadores Europa e uma lixeira cheia de copos descartáveis usados. De repente tropeço em algo, senti que era pequeno, olhei para baixo e vi um carrinho vermelho, desses de fricção, Made in Taiwan; em um automático me abaixei para apanhá-lo e quando fui levantar-me deparei com dois olhinhos me fuzilando, como quem dizia?

_Larga isso que é meu!

Estendi o carrinho na direção daquela criança, talvez não mais que 5 anos e senti que ela havia ficado com receio, daí uma voz se evidenciou em meio a tantas outras:

_Pode pegar o carrinho meu filho, a tia não morde e nem bate!

Então me veio um pensamento: o que leva uma mãe a dizer isso a um filho dessa idade?

Será como é o convívio dessa família? Porque essa mãe não parou na primeira vírgula?

Senti a minha cabeça como um liquidificador misturando um monte de questionamentos.

O garotinho esquivou-se, mas com os berros da mãe ele se aproximou e quase que me arrancou das mãos o brinquedo.

Senti falta do seu sorriso.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 28/04/2015
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