SEM TI MEDO

Na vontade sem vontade de voltar

Voltei

A palavra nunca cansa

Sempre tem vez

Não sei prá que

Não sei prá quem

Mas se vier

Sempre tem

Palavras poucas

Dos sentidos múltiplos

Sentimento é o muito que tenho

É a única coisa que tenho

Dou sem que me peça

Assim, a troco de nada

Num afago fortuito

Vai que acaba...

Numa doação constante

Num milagre de multiplicação

Em que o pouco é muito

E o muito é sempre muito pouco.

Abro as mãos

Abro os braços

Abro o peito

E me atiro

O proveito?

É de quem pegar.