Profissão de fé

Não faço meus poemas por dinheiro ou prestígio; tais efemérides já deixaram há muito de me interessar. "Vanitas vanitatum", como já dizia o Sábio Rei.

Cada um de meus poemas é uma oferenda que deposito a teus pés, ó minha musa; um salmo que vem das profundezas de minha alma.

Talvez os enxergue apenas como pedaços de papel, mas por trás daquilo que vês apenas como palavras frias escondem-se fragmentos de meu coração, e misturado ao que aparenta ser apenas tinta de uma simples caneta está o sangue rubro, inflamado e pulsante de meu coração; minha essência vital, doses de minha alma. Pode não ser muito, mas é tudo que tenho.

Sempre haverão poetas de maior fortuna e fama que eu; ao passo que morrerei pobre e desconhecido, à margem da sociedade e até mesmo de meus companheiros, como sempre suspeitei que iria. Mas não trocaria o sorriso e as graças de minha musa, que são o melhor pagamento que alguém poderia me ofertar, por quaisquer vaidades que estes escritores de meia-tigela da atualidade se vangloriam de ter.

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 13/05/2015
Código do texto: T5240588
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