Canoeiro do Muriaé

Canoeiro do Muriaé

Canoeiro do Muriaé, sombrio e tristonho,

Que desce suas águas, antes volumosa,

Contornando o seu leito pedregoso.

O que fizeram de você MURIAÉ?

Canoeiro, tão estreito tornou-se seu rio

Velho e cansado!

Canoeiro do Muriaé, homem de tez bronzeada

Pelo sol impiedoso.

De onde vem o alimento de seus filhos com muita fé.

Pela manhã na névoa fria lá vai o filho de Deus

Que não conheceu outro modo de sobreviver,

Canoeiro, canoeiro, onde chegarão vocês?

Já são vistas pelos “homens de bem”

Suas margens, antes resolutas e imperiosas,

Hoje são escombros deixados por quem não aprendeu a te respeitar.

Ah, MURIAÉ, já não sentes mais a vida em ti borbulhar!

Já não vês o reflexo das estrelas e do luar!

Sua voz rouca canta e ninguém te escuta,

Resta-te deixar tuas lágrimas descerem, como um filete para o mar.

Canoeiro e Muriaé suas lutas são prementes e urgentes:

Querem apenas sobreviverem!

sonia nuss
Enviado por sonia nuss em 23/06/2015
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