A Rua dos Risos e Sorrisos

Termino aqui minha participação neste Sarau Virtual a convite dos

poetas e amigos Hebane Lucácius e Teresa Sá Carneiro a quem estou

grata.Abreijos.

Vindos de Angola para Portugal,pensávamos nós que só

temporáriamente,fomos morar numa casa,numa rua estreitinha e

empedrada,como são as ruas das terras pequeninas e antigas.

Era terra de pescadores rodeada de belezas naturais.

Nossa casa ficava mesmo defronte da praia.

A vida na nossa rua era intensa por causa das lojas de

companha,como se chamam os armazéns onde os pescadores de mar

alto e de cada traineira,guardam os seus apetrechos e onde trabalham

quando estão em terra.

Havia também cafés,restaurantes,uma fábrica de bolos,uma barbearia,

um fotógrafo,uma loja de artigos finos para o lar e algumas

mercearias.

Quase todas as casas tinham crianças da idade das nossas.

Rápidamente se entrosaram umas com as outras e se criaram

amizades e brincadeiras.

Tinha vida,alegria e cor,aquela rua.

Vivemos por lá uns anos,antes de nos mudarmos.

Mas mudou também a Vila.

A pesca deixou de ser a sua principal atividade.

As lojas de companha fecharam.

Os prédios antigos foram substituídos por outros mais

modernos.

As crianças cresceram,tornaram-se adultas e foram à sua vida.

O turismo tomou conta da Vila.

Hoje,para quem lá viveu e brincou,a rua é uma desolação.

Já não há crianças,não há restaurantes nem cafés do tipo familiar

e,sobretudo,já não nos debruçamos à janela para ver a praia nem o

laranja dos pores do sol,como pano de fundo...

MAR

Convido,para dar continuidade a este Sarau Virtual,os poetas e

poetisas:

Jorge de Oliveira

Misrael

Zemary

Allba Ayko