OLHEM PRA MIM

Olhem pra mim,

Em quem ponto do desaponto me perdi?

Em que ponto me vendi ao desafeto?

Em que ponto?

Em que ponto muitas virgulas foram dadas,

arrematadas em desculpas sinuosas,

como um arranjo mal composto,

como uma nota musical em desarmonia.

Em que ponto nossas reticências viraram interrogação

e um emaranhado de porquês?

E o mais se fez menos,

em que ponto?

Olhem pra mim,

Na verdade não olhem,

porque o meu desafeto vem de um imenso desamor,

Um desamor contínuo por mim mesmo.

E no ponto em que me encontro,

me transformei em um texto mal escrito,

sem rima, sem harmonia,

Jogado em um canto esperando a hora do uso.

Lupaganini

27-0615

Lupaganini
Enviado por Lupaganini em 30/06/2015
Código do texto: T5294694
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