Balada do avesso que deu certo.

Nunca fui bom com rimas, ou regras;

A necessidade de escrever sempre foi maior;

Jamais desvendarei os mistérios da sintaxe;

Pois de fato a necessidade de escrever, é maior;

Há apenas uma dificuldade nas regras pra mim;

Ou estou totalmente dentro;

Ou desistam de me convencer do contrário.

A alma não demanda regras, demanda paixão.

Minha conversão foi instantânea;

Assim como minha total entrega a ela;

Assim como a morte que carrego diariamente nos membros.

Tenho uma dificuldade tremenda de ser equilibrado;

E, quando acho que estou indo bem,

Me pego precisando ficar trancado no quarto,

Compondo, ouvindo, pensando e tentando

Com todas as forças da vida – ser um sujeito melhor pra minha garota.

Conversadores, me perdoem.

Não vim para conformar. Vim para protestar.

Não vim para justificar. Vim para centralizar.

Não estou nem um pouco interessado em fazer sentido;

Muito menos em receber cócegas na orelha como um cão obediente;

Pelo contrário! Tenho certa aversão a elogios.

Nunca me dei bem com eles, nem com a fama.

Alias, eu sempre vivi muito bem no anonimato (ela também).

Eu e a minha garota.

Somos tão (des)equilibradamente iguais,

Que às vezes soamos como estranhos um ao outro, e

Vamos nos casar, ter lindos filhos e uma ótima história pros netinhos.