Leviatã
Nas profundezas obscuras do oceano o Leviatã coleia seu imenso e sinuoso corpo serpentino, rasgando a água com sua fúria.
Seus olhos baços e vidrados de peixe perscrutam o ambiente à procura de qualquer criatura movente, enquanto bufa e resfolega com as guelras parecendo caldeiras.
Em vão os peixinhos tentam fugir de seu alcance; abrindo ao máximo suas mandíbulas, a grande criatura traga para dentro de sua goela ignóbil tudo o que vê pela frente, e apenas quando está satisfeita cerra a boca e retorna à sua solidão.
Eu sou como o Leviatã; as trevas de meu ser feito de ódio engolem tudo de bom que tocam, e devo permanecer nadando no oceano negro de meu coração solitário por toda a eternidade.