Eu poderia... mas parti.

“Oi” - tu dissestes - e sorriu.

E eu senti meu coração disparar em meu peito, a garganta com um nó, as pernas bambas, a vontade de te esconder em meu abraço (ou simplesmente me perder no teu). Quis te falar sobre o dia e sobre todos os planos (que eu nem fiz) ou até mesmo te deixar a par dessa falta que você faz. Eu poderia também te lembrar daquele dia chuvoso, dos micos, dos risos, das gritarias, das melodias… de ver graça no cachorrinho da vizinha, de abraçar aquela velhinha na padaria. Eu poderia até lembrar do banho de chuva que me obrigastes a tomar, do meu cabelo vermelho que se desgrenhava ao meu pular, dos cantos, dos prantos, de teu ombro que me foi amigo, daquele café e dos meus suspiros. Eu poderia dizer…

“Oi” - eu disse - e parti.