Confundamo-nos a sós

Meu tédio foi temperado com o sabor adstringente de tua saudade. Minha impaciência tira-me à força a inspiração; e ela só retorna quando nossos olhos divagam um sobre o outro, mesmo que à distância, mesmo que sem propósito…

Porque há algo em seus olhos que me refugiam, que me fazem sair daqui e querer adentrar nesse mundo que é só seu… Quantos mistérios se escondem em seus olhos? Qual o segredo para olhá-los e manter-me no chão? Como descrever com meras palavras o misto de emoções que você causa ao me olhar assim?

Uma vez, te descrever foi menos difícil.

Hoje as palavras, de mim, fogem; Como uma gazela ao som dos tiros de um caçador. E, por mais que seja eu quem as cace, minha caça é mais veloz, se vai. Sempre.

Sigo em minha árdua espera por certezas; Certezas que você não me dá. Um dia ainda te faço notar as esperanças e desesperanças mútuas que facilmente você, em mim, implanta. Mas quem se importa com tuas confusões?

Ouvi dizer que toda confusão é bonita. A tua então... Meu paraíso!

Assim sendo, sejamos nossa confusão.

Confundamo-nos a sós, por nós, sem direção…