Quando achei a felicidade fechando os olhos
Entrei pela porta escura, mas não era eu quem deveria estar ali. Não que eu queira alguém ali mas só não és o meu lugar. As luzes me fazem cegar, o escuro faz-me perambular. A musica alta tampa meus ouvidos e já não posso ouvir o som que vem dos altos, onde, pouca gente para e escuta. Preferem a facilidade da bagunça sonora ao vivo. Estava tonta, já não sabia se era de um líquido para sarar machucados superficiais ou da multidão que afogava a minha respiração. O liquido serve para curar a epiderme, mas nem ousa alcançar a alma em tese. O porta-retrato na parede são sorrisos só de enfeite... Que cantam a solidão de um compositor qualquer. O movimento é pequeno quando não se alcança os eixos da constelação... Uma dança em vão. Ilusão. Encaixam os dedos sobre outras mãos que no outro dia, nem sequer ver-se-ão. Clicam para filmar e tentar relembrar a alegria que tiveram. Passageira, tão estreita. Pequenas memórias vagas de esquerda, mas o que querem é a alegria verdadeira. Onde achar? Olhe para alto e não verá. Apenas ouse escutar.
Mas me cansei, peguei um ônibus e parei na rua vazia. Entrei pela porta um tanto estreita, esforcei-me até chegar lá. Os ventos eram fortes e meu corpo doía sem parar... Sentei-me no banco mais perto, devagar, olhei mais de perto. Nada podería achar com esses meus olhos míopes. Mas senti o que as minhas palavras não poderiam contar... Era paz? Ou alegria? Senti amada, acabou-se épocas afligidas... Em minha descrição parece ser tão fácil, mas não é mágica não. Eu só disse sim, e meu coração sentiu o invisivel... O sentimento mais límpido. É fácil quando se nega a razão. É verdade que estou aproveitando a vida, fora de ilusões e paixões que vão se esgotar... O eterno amor me encontrou. Minha alma flutua no corpo doente e me perguntam porque estou sorrindo tão fluente. Eu, grata sou. Eternamente.