Medos

No fundo, ainda que obscuro, de cada olhar; escondem-se a doçura, a amargura, ou o medo de amar.

A doçura vem pra os que não a querem;

Vem aos que queriam ser insensíveis, ou um tanto imprevisíveis… vem pra pessoas que não se entendem, subentendem-se.

A amargura, por sua vez, não precisa ser convidada.

É presente, é dado de graça.

Vem com as experiências da vida.

Mas não é como um presente qualquer.

Este não se acaba, nem se consome pelo tempo, não se esvai como o orvalho ao amanhecer, nem o hálito quente do sol ao entardecer.

E por falar em coisas que se vão, algumas deixam suas marcas.

Em mim escondo uma prisão de desejos, e trancafio lá aquelas marcas (meus anseios).

Marcas deixam seus medos, e alguns medos não ‘evitam me evitar’.

Medo de ser.

Medo de não ser.

Medo de ser (não sendo).

Medo de não ser (sendo).

Medo de não querer (querendo).

Medo de poder (realmente podendo).

Sendo assim (ascendendo à mim), apenas me dobro diante da completa indecisão que me originou, que faz ser quem eu sou.

No fim, as respostas sempre estarão nas entrelinhas.

E eu nada sou senão um amontoado de besteirinhas.

Lirismo Defeituoso
Enviado por Lirismo Defeituoso em 19/09/2015
Código do texto: T5387881
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