TERCEIRA IDADE

Amei muitas vezes, se fui correspondida não sei,

não me arrependo .

Chorei cada perda e a solidão que me assola,

traz-me de volta as sombras do passado.

Rostos traçados como em telas de um grande pintor.

Imagens de um velho filme, fita que o tempo marcou.

O que seria de mim se não houvesse as lembranças?

Em cada fio de cabelo branco, já escasso,

concluir que envelheci e nada vivi?

Que deixei a vida escapar sem ao menos sentir amor?

Absolutamente não!

Sinto-me criança e nem importa as safenas.

Meu coração bate em ritmo musical

e meu pensamento voa alto, como aves peregrinas

que cumpriram sua sina.

Renovada o cada dia, sou como flor de laranjeira,

nubente bela e fresca à porta da igreja.

Sou mulher, eternamente apaixonada!

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 25/06/2007
Código do texto: T540260