TERCEIRA IDADE
Amei muitas vezes, se fui correspondida não sei,
não me arrependo .
Chorei cada perda e a solidão que me assola,
traz-me de volta as sombras do passado.
Rostos traçados como em telas de um grande pintor.
Imagens de um velho filme, fita que o tempo marcou.
O que seria de mim se não houvesse as lembranças?
Em cada fio de cabelo branco, já escasso,
concluir que envelheci e nada vivi?
Que deixei a vida escapar sem ao menos sentir amor?
Absolutamente não!
Sinto-me criança e nem importa as safenas.
Meu coração bate em ritmo musical
e meu pensamento voa alto, como aves peregrinas
que cumpriram sua sina.
Renovada o cada dia, sou como flor de laranjeira,
nubente bela e fresca à porta da igreja.
Sou mulher, eternamente apaixonada!