Menina

A frágil menina parou estupefata

Um brilho de admiração saltou de seus olhinhos ávidos

Um sorriso ameno iluminou sua face

E o coraçãozinho pulsou de contentamento

Mas ele não sabia que a mulher forte, sedutora e madura queria amar

Não imaginava que por de trás de tamanha ousadia e sensualidade

Batia um coração de menina, de sonhos e de sons

E o riso dele a contaminou de esperança

Desabrochou a flor murchinha, que há muito não era regada

De luz, suavidade e encontro

Ele não sabia que a voz melodiosa, firme e doce a fazia bailar

Era uma menina cheia de sonhos, disfarçada de mulher madura

O fazia tão bem, que ela mesma esquecia que tinha um coração

A integridade do rapaz a deixára muda

Só se ria e seguia o curso natural

De quem encontra alguem assim

Ela não queria o depois

O que importava era o agora, e colher cada sorriso de cada momento eterno

Ele era deslumbrante, na maneira de ser e fazer

Cada palavra era registrada como um beijo

Cada gesto, adubo que a fazia florescer

Mas ele teve medo de amar, de ser amado

Ele não soube colher os momentos de ternura

Não pode deixar a luz iluminar os dias de cor e sons

Ele partiu

E a menina perdeu o chão

Sem o adubo do seu riso

Ela murchára

Era flor despetalada em jardim estéril

Era solidão

Era lágrimas incisivas

Seu coraçãozinho batia lentamente

E a cada instante

As lembranças

A saudade

A matavam um pouquinho mais

Fernanda Garoli
Enviado por Fernanda Garoli em 02/11/2015
Reeditado em 03/11/2015
Código do texto: T5435542
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