Perdição

Por dentro essa dor agonizante da paixão me devora, deliciosamente crepitando e derretendo todas as partículas de sentimento dentro do meu ser. Devorando lentamente cada neurônio ativo que poderia impedir minha queda, silenciando todo o pensamento pertinente racional que se passa em minha mente.

Eu me perdi no primeiro olhar, no primeiro som pronunciado do meu nome em seus lábios, na primeira vez em que pude me embebedar de seu sorriso. E quando eu peguei em suas mãos? Juro que já não me reconhecia mais, que dentro de mim não existiam divisões corretas, que todos os meus anseios viraram poeira.

Eu não me importei com a possibilidade de decepção. Aqueles momentos valeram por tudo o que um dia eu serei capaz de sentir. E não importa se não sentir novamente, arrependimentos são melhores quando feitos por ações e não pela falta delas.

E cada gotícula de chuva naquele momento pareceu o mais suave possível, e cada respiração pareceu valiosa ao lado dela, e a cada vez em que pude observá-la mais de perto me encontrei mais perdida. E quando finalmente senti seus lábios nos meus, nada poderia descrever completamente essa sensação. Ainda não existem palavras suficientes, não existem tempo e espaço suficientes que me fariam esquecer deste tempo tão precioso.

E se eu estou perdidamente apaixonada, mesmo que seja apenas por um ínfimo período, já não me importa mais. Tudo o que importa são as possibilidades em minha mente. E agora, a sensação maravilhosa que é poder sonhar novamente.

Alice Mawdrell e Adrian Borges
Enviado por Alice Mawdrell em 02/11/2015
Reeditado em 03/11/2015
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