O amor que te consome

Tu tentas matar o amor que te consome pelas entrelinhas entrelaçadas do peito, o amor que te abraça com o corpo e que tu tentas escapar e que te segue pelas pernas feroz a descortinar-te os caminhos, as pernas que mordes tenaz e docemente, tentas matar. Tu tentas matar esse amor que é também paixão e o calor sobe em rubor manso pelas tuas encostas nuas, por onde navego meus lábios macios e as nossas letras atracam-se no cais do universo e nosso sexo derrama-se em coito por entre a saliva doce das estrelas, apenas tentas. Tu tentas matar o amor que te supera da morte de ser comum, fácil presa do destino à que foges em teu silencioso grito que a mim se agarra e me quer e mesmo assim, tentas matar o amor e nossa jornada que tanto tentas ser-te.