O sopro
Ela fechou os olhos e enterrou o dia.
O céu choveu com a fúria de seus sonhos,
Pura covardia.
Palavras lhe sangravam garganta a dentro,
Um misto de torpor e fantasia.
Como um barco encalhado na maré vazia,
Em colheradas,
Maresia.
Seu peito pulsante de agonia,
Mesclado de furor e euforia,
Como brasa quente na água macia.
Fumaça enegrecida.
E a tarde singela era pura nostalgia,
Como o oco que povoa o mundo,
Chama densa: ventania.
Estardalhaço,
Em pedaços,
Calmaria.
E a paz alcança os ombros da menina que é pura melodia.
O adeus preenche o céu de um colorido cinza,
Entre taças, pratos e cristais:
O entusiasmo,
Na mancha blindada da neblina.
O adeus efêmero corrói o ego que se contamina.
Entre passos largos,
O fim da linha.