O sopro

Ela fechou os olhos e enterrou o dia.

O céu choveu com a fúria de seus sonhos,

Pura covardia.

Palavras lhe sangravam garganta a dentro,

Um misto de torpor e fantasia.

Como um barco encalhado na maré vazia,

Em colheradas,

Maresia.

Seu peito pulsante de agonia,

Mesclado de furor e euforia,

Como brasa quente na água macia.

Fumaça enegrecida.

E a tarde singela era pura nostalgia,

Como o oco que povoa o mundo,

Chama densa: ventania.

Estardalhaço,

Em pedaços,

Calmaria.

E a paz alcança os ombros da menina que é pura melodia.

O adeus preenche o céu de um colorido cinza,

Entre taças, pratos e cristais:

O entusiasmo,

Na mancha blindada da neblina.

O adeus efêmero corrói o ego que se contamina.

Entre passos largos,

O fim da linha.

Hudson Eygo
Enviado por Hudson Eygo em 02/12/2015
Reeditado em 14/12/2015
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