Poema em cinza

A dor é um carteiro vestido de cinza, silencioso,

seu rosto seco e magro, os olhos de um azul pálido,

seus frágeis ombros curvam sob o peso do malote

os sapatos são pretos e gastos

Em seu peito bate um relógio.

Por trinta moedas ele desliza sutilmente

de rua em rua, rente às paredes

por entre as casas, desaparece em uma porta.

Então bate. Tem uma carta para mim.