Manhã de 21 de novembro de 2015

O Sol cantando de galo; a lua cantando de Gal

Não se fala em outra coisa; pelo menos aqui dentro da cachola redonda em cima desse pescoço cilíndrico, em cima da boca falante, sem educação – que fala alto; em cima das tatuagens matreiras, do corpo que já foi magro, foi mais ou menos, foi gordo... E assim, roubou o sonho que havia sonhado com o bando bandido de aves que se diziam bem-vindas, traídas e atraídas ao céu traiçoeiro. Estavam ligadas ou não no lance? Metendo o bico aonde não foram chamadas? Aves tudo podem! Há uma crença do cresça e apareça, depois meça sua largura, some com sua altura e esqueça o resultado... apenas descubra se o lago transborda... e quando as águas rolarem e os peixes sufocarem, apenas exponha se ainda é bem quisto ou preferia continuar sendo menino. Vê-se o translouco atravessando a ponte; só se é louco de perto, pois de longe se é pouco – não se importuna – ou se é monge, ou se ruge a face, rubra o rosto, range os dentes ajeitando os dedos: “vida longa e próspera” –, sem ninguém estar crente, ou Star Trek, assistindo e lendo este, fantasioso e demente ‘rabisqueiro’ excêntrico; loucura aparente dentro e fora da garrafa de aguardente, em destilados, em detrimento, em ditos anos de ditames e ensurdecimento. Não se fala em outra coisa; pelo menos nesse passar das horas de supernovas, de supernovos, que seja pouca, mas a voz até que sai. Canto Gal, canto Gil, canto Chico e o saco não enche... canto tudo nesse sonho selvagem; no início fez-se o sacrifício de ser tudo sem nada ser; no meio tempo eram máscaras que caiam, disfarces, Descartes e sua filosofia certeira; no fim o grito não saiu vazio, o som se fez em música indo à noite, indo à cama, na farra, no banho sem sonho, sem rumo e sem par. Minha base é estar voando parado em tudo quanto é lugar; não se pensa em outra coisa.

André Anlub