A menina e o violão
E assim eram os dias da menina.
Deixou suas mãos deslizarem no violão, soando um estrondo de dó, continuou a observar seus calos doídos, sem dor. Cantarolou algo, não entendi devido à embotada das situações que lhe ocorriam naquele momento. Ela deixou escorrer lágrimas sobre o seu rosto macio e cansado.
Cansado de ver as horas passarem e não poder parar o mundo, de ver as pessoas más em questões de minutos e as boas em segundos.
Essa menina tinha um jeito vário de ser, ela queria ser tudo e ter a todos, ela queria ter o mundo em suas mãos. Mas ela já tinha... E quem poderia negar?
Eis que nunca mais a vi, me recordo do dia em que ela abrira a porta, parou, olhou profundamente para mim, até revelar um sorriso recheado de amor. Assim ela se foi, ninguém sabe pra onde ao certo, mas foi.
O certo que pensamos, é que vai ela, deixar alegria em outros rostos cansados por aí... E quem poderia negar?