Manuscrito de Risoflora
Eu vi o sapo que não morava no rio
Ele morava na beira mar, incrustado no Porto e abençoado pelos santos
O sapo não esperava sua companheira terminar de costurar o casaquinho de frio, pois ele era só e sua solidão era convicta
Seu banquete era leve e não incluía mosquitos e sim boas doses de vinho tinto acompanhado de um blues da Nina Simone
Ele não precisava falar pois seus versos falam por si só, e eu, a sua leitora mais assídua, fico aqui velejando nas águas do Capibaribe em meio a longos devaneios nos quais sou a sua musa e saboreio o seu paladar com gosto amargo envolvida em seus longos braços mesmo estando a milhas de distância...
E quem disse que sapo também não ama?
Apenas ele ainda não me encontrou...
(Nati M.)