Pouco antes do último remate da cena

Deixemos de falar, então, de gafanhotos, grilos, sapos, borboletas e mariposas, corcéis e lhamas: falemos sobre o inalcançável céu azul que não conseguimos tocar apenas esticando os braços para o alto, pois que é tão grande e vasto e inalcançável para nós que somos tão pequenos... O céu azul em tons verdes imperceptíveis, mas verdes. O céu dos balões e dos ares diversos que há; céu sobre céu, ai de mim. O seu céu que me vê acordar todas as manhãs com beijinhos de leve nos dedos da mão direita e com carícias no rosto, feito brisa. O que é céu e o que é terra são como dois corpos deitados, um de frente para o outro, por toda a eternidade e de mãos dadas, neste vínculo que não se quebra, não se desfaz. Este vínculo de vida e de vivência para nós. E para nós, é isto que ainda nos mantém: o vínculo que fortalece e que nos aproxima pelo toque suave das mãos. Que todos, algum dia, tenham a sorte de encontrar uma mão querida a ser amada e que os complete de forma única. Eu já.

[trecho da 2ª parte do Macaréu (Unicamente)]

Rosiel Mendonça
Enviado por Rosiel Mendonça em 10/07/2007
Reeditado em 26/07/2007
Código do texto: T558641
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