Um dia

Um dia quem sabe alcançar o espaço exato do teu corpo e acolher o pássaro ferido das batalhas de outrora, por dentro da alva luz da manhã, por onde tuas retinas me abraçam vestida de aurora. Um dia, talvez ainda penses em mim e mais uma vez façamos amor sobre os lençóis do sonho sonhado, por dentro da pele do encanto e o amor preencha o vazio do querer de ternura e som. Um dia talvez entender o cotidiano dos dias, erguer-se desse azul repleto de lonjuras, alcançar com leveza teu peito e entrar nas veias da paixão ao fim dessa floresta de desejos inacabados. Um dia, quem sabe um dia, retirar teu coração desse mar de tristeza e ajoelhados sobre a pele das ondas, sussurrar um poema do para sempre no agora por dentro um do outro, em êxtase com um oceano de estrelas, um dia talvez, quem sabe.