DA MINHA JANELA ...

Acordar,
abrir a janela para a varanda
e observar o mundo lá fora...
A rua lá embaixo, silenciosa.
Os poucos transeuntes,
apressados, cada um
levando uma história no peito
que jamais irei conhecer...
E passam veículos, motos,
ônibus escolares,
porque a vida flue, seguindo em frente
a cada amanhecer.
Me deparo com o canto dos pássaros
em algazarra solene entre sí,
numa festa de dar inveja,
empoleirados nos galhos
do sapotizeiro do quintal.
As borboletas começam chegar
e junto ao friozinho da manhã,
circulam viçosas
pelas flores do jardim, 
recém desabrochadas.
E vêm as abelinhas, e vêm os pássaros
à cata de insetos
e da canjiquinha generosa
espalhada pelo chão, assim como,
a água colocada em potes
para que se refresquem
no calor do dia.

Mas nem sempre as manhãs
são bonitas assim.
Também há as que trazem nostalgia,
pela falta de preciosas gotas de chuva
tão escassas ultimamente
e tão necessárias, porque a seca
tomou conta de tudo, visão
da vegetação triste e ressequida
que me lembra os animais,
já sem de quê se alimentarem,
e, do leito do rio mais adiante,
fundo pedregoso à mostra,
onde a água, 
corria límpida e exuberante,
hoje não mais...
E olho para o céu, sem nuvens,
lindo, azul profundo
que traz a certeza
de mais um dia tórrido,
a ser vivido por todos.
É o espelho da natureza:
     - o belo e o feio -
O sol  invade de mansinho a sala,
em raios de boas vindas,
enquanto a alma se dispersa
em outras varandas
onde certamente alguém
sente saudades,
vendo a vida passar célere
conduzida pelo vento
que só leva adiante, 
nunca, nunca
volta atrás!
 
Simplesmente Romântica
Enviado por Simplesmente Romântica em 19/05/2016
Reeditado em 27/05/2016
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