Outono, como avivar tuas marcas impressas em cada página que escrevo? Em cada crepúsculo que desenha o teu, o meu adormecer?
Aqui o velho piano já não quebra mais o silêncio das horas nem a tosca lareira abriga chamas de outrora. Restam-me apenas alguns poucos momentos congelados na memória – quadros mudos que não fazem história – e as cinzas...
Ali calçada molhada, transeuntes sem manto, folhas ao vento, natureza em pranto... Até quando?
Tristeza? Não! Apatia, talvez... Mais um ciclo se fecha... Adormecem as sementes de um novo amanhã.