Abrindo uma fresta do meu interior.

Desperto... Olho ao meu redor. Onde estou?

Porque estas cenas se desenrolam diante de mim........ que cenas são estas?

Estou num palco.

Cenas do meu cotidiano se sucedem causando-me emoções desagradáveis.

Uma pergunta explode em meu peito: Quem sou eu afinal?

Na platéia rostos que sinto familiares: o ciúme, o orgulho, auto consideração! Porque foram convidados?

Com tristeza descubro que eles se assistem, assim como eu.

Agora entendo, eles fazem parte das cenas que se desenrolam e sinto um profundo desalento....

Cada um tem o que merece e é muito doloroso constatar que ainda não somos o que gostaríamos de ser.

Que ainda não....

Preciso que o artífice lapide mais um pouco o diamante que me foi dado para esta existência: minha vida. Para isso sei que dias dolorosos ainda virão e um desânimo teima em me fazer companhia. Choro copiosamente.... um pranto sentido, doído mas as cenas não param, uma após outra vão se desenrolando e são como chicotadas em minha alma.

Mesquinhez, apego.... por Deus clamo em soluços!? Como aprender tantas lições que ainda me faltam?

Preciso de ajuda! Sozinha eunão...consigo.....................................

Seco as lágrimas. Covardia! Desânimo! Fracasso! Não. Estas cenas eu não verei em meu cotidiano. Preciso buscar as forças necessárias para continuar. Preciso de mãos amigas.

Preciso de um roteiro novo para que novas cenas eu possa assistir amanhã.

A vida é inexorável. O tempo não volta mas posso escrever uma história nova a partir de hoje!

Que os céus me acompanhem!