Folhas Secas

Atravesso o diálogo e mergulho.

Sou, sempre fui, sentinela de meus craquelês.

Desato letras e sombras.

Tramo, é minha sina a poesia sem pavor.

Trago intenções..... enredo-me ávida e vagueio turbulências.

Permito-me cenas como covas e cinzas........

O céu está na janela silenciosa quando vizinhos permitem.

Há aqui oceanos, também espelhos nos bolsos.

Há aqui noites e dias de olheiras e eis que surge ao cair da tarde, alma aberta, silêncios apurados que exalam desejosos, teias, das quais tento escapar.

Inspiração sou, nacos de poeta com paixão.

Devora-me a dúvida, a lua que engorda no céu, espumas do mar rendilhadas na areia, o vento seco nos meus buritizais......

Estou areia que brinca com o vento, o contratempo daquela canção.

Sou lembrança de risos e lágrimas, flores de sal que se derretem ao Sol......

Sou um vazio de pé no chão!

Arana do cerrado
Enviado por Arana do cerrado em 14/08/2016
Reeditado em 14/08/2016
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