DESABAFO DE UMA DAS CINCO
Desabafo de uma das cinco
Éramos Cinco
Como eram seis naquela história tão triste e tão real de Dupré
Éramos como tínhamos que ser
Doces ou bravas, alegres ou tristes
Mas batalhadoras, apaixonadas pelo que fazemos!
Como eram aqueles seis, e como eles uma de nós morreu na guerra
E a guerra como fora para os seis, era injusta, cruel, vil
E destruiu a chance de recomeçar
Poderia ela também, recomeçar?
Ela não teve chance, nem todos têm...
Até para recomeçar precisa-se de coragem, de pulso
E nós a temos, assim como a honestidade, mais preciosa herança de nossos pais
Seríamos nós, então, as más de que alguns falam?
Não sei, somos apenas sobreviventes de nossas escolhas
De nossas más escolhas
Ou de quem fomos escolhidas
Viver é para poucos, a maioria prefere se ocultar à suportar as dores
Que a coragem traz
Por que durante algum tempo a coragem abre feridas
Mas também é capaz de fechá-las, de restituir, de regenerar
Como disse Shakespeare: não importa em quantos pedaços o seu coração
Foi partido, o mundo não pára para que você o conserte...
Ainda que todos os castelos tenham sido desfeitos, só lamentamos
Que sejamos apenas “quatro” agora...
Ana Cátia, 07 de abril de 2006 ( 13meses e 12 dias sem Vande)