PARA SEMPRE - EM MIM

Eu podia ver seu rosto através do espelho,

mesmo que este espelho não me mostrasse de fato você,

mas o fato é que você estava lá, sobre os lençóis,

e sua pele me instigava além do meu instinto sexual que

me fazia delirar num delírio que transformou você numa

realidade a mais e eu não mais soube como nos

classificar em demasiadas esferas de nós;

nós que estávamos expostos ao sublime;

você em sua total figura mítica,

e eu em minha plena realidade estagnada,

ausente aos demais fios que certamente romperiam a

nossa comunhão. Mas como não tocar o alvo de

minha tão profunda imersão?

E, meio sem saber no que iria dar, toquei, arrisquei-me no

arriscado perigo de quebrar o encanto e, para minha surpresa,

senti-me ainda mais envolto no mágico instante...

Onde estávamos mesmo? No céu ou num quarto sem paredes,

ou num mundo igual a este, sem fim, apenas circular sem bordas concretas? Nossa pele delirava na macieis de nossos

toques, e assim ficamos roubados ou entregues ou adormecidos em nossa sintonia por horas a fio, ou foram dias, ou terá sido anos? Quanto tempo durou a nossa eternidade? Não sei!

Nem mesmo posso afirmar como houve aquele nosso encontro,

aquela nossa aproximação sem palavra,

sem qualquer palavra que pudesse ser capaz de nos direcionar a signos quaisquer. Não, entre nós não houve palavras possíveis, somente nossos corpos colados, nossas mãos deslizando e

a explosão que evaporava de dentro de nós e nos deixava mais excitados...

Até que a festa acabou, a música sumiu,

a noite se perdeu levando e deixando você,

para sempre,

em mim...

Valdon Nez
Enviado por Valdon Nez em 17/08/2016
Código do texto: T5730962
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.