Anjo

Hoje se eu fosse uma ave não poderia voar.

Pois um anjo celeste em sua nuvem do alto a

Observar apontou e disse. Não nascerás

Humano. E se nascer não sonharás.

- Teimoso! Viverás triste e o medo te acompanhará

Em todas as tuas decisões.

- Mas o que tem minha condição de mortal?

Se não tive condições de escolher, pois só me

Foi dada a oportunidade de viver.

- Abdica então de tua vida e busca na reencarnação

A possibilidade de absorção desse pecado.

- Mas, não pequei... Só nasci humano!

- E queres maior mal? Tua condição é o escárnio

Do planeta e agora mesmo que morras tua alma

Não será salva... A nostalgia fará parte de todos

Os seus dias e quando esta se ausentar, decepções

Estonteantes colocar-te-ão no chão e sem forças

Sentirá no arrependimento a dor que tua raça me

Causou...

- O que a humanidade te fez, para que derrames

Sobre ela tamanho ódio?

- A humanidade? Nada! Uma única humana fez

Todo esse estrago. Em meu coração corria toda a

Felicidade que as flores precisam para brotarem

Na primavera... Fluía toda paixão que os namorados

Buscam no cair das folhas do outono... Entre os meus

Braços havia todo aconchego que uma alma procura no

Inverno. E todo o frescor que uma mortal pode

Querer num solstício de verão... E, no entanto ela

Trocou-me por um homem... Um simples homem

Tão mortal e frágil quanto ela...

- E o que aconteceu?

- Ela! Petrificou junto com meus sentimentos. E desde

Então minha eternidade é dedicada a conduzir ao meu

Bel prazer os destinos dos frutos desse amor.

Teo Poeta
Enviado por Teo Poeta em 21/07/2007
Reeditado em 24/02/2008
Código do texto: T574412