FRAGMENTOS

Das cartas transbordantes que um dia chegarão até você (será?)

É quando escrevo que transbordo em versos tudo o que queria te falar.

Falo do tempo que queria te contemplar.

Falo da poesia que encheu meus dias desde quando meu olhar cruzou com o teu.

Falo da vida que se perde (ou se encontra?) feito as nuvens brancas a andar pelo céu azul.

Falo da monotonia que se dissipou como uma névoa quando você invadiu meu mundo. Raio de sol do amanhecer.

Das coisas que eu quero:

um livro de poesias

um café passado na hora

um punhado de morangos vermelhos

sentir a brisa de verão no rosto

e me perder no teu abraço!

Eu fico pensando na maneira de te enviar versos que não seja clichê.

Talvez, o vento os carregue, com a mesma leveza que traz as flores de ipê-amarelo ao chão.

Talvez, algum passarinho os leve, com a mesma ternura que carrega a vida em seu bico.

Ou talvez, eu mesma te entregue, numa dessas tardes ensolaradas que antecedem a primavera.