Panos Negros

Eu dependo de quê?

Dessa força inaudita, que se instala em meus vasos?

Dessa cor infinita, tal amplitude e embaraço?

Ou da pele sofrida, doída e amarga?

Quem dirá que é da voz, da certeza atroz, que reluz um fim bem distante?

Contam meus panos negros de festa que quando a luz ia embora, e pairava no ar aquele silêncio inato a todas as coisas, a todo ambiente, eu podia enfim compreender o segredo que atravessa constelações e me atravessa, matando – no escuro. Eu dependo desse tiro certeiro, o único tiro. Este abismo me é inédito.

Rosiel Mendonça
Enviado por Rosiel Mendonça em 23/07/2007
Código do texto: T576897
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