Perfume
Os mil e um perfumes que deixastes
impregnados em minha memória
me visitam de vez em quando, uma, duas vezes na semana.
Não há regra e nem hora para as fragrâncias de nossas memórias
Me invadirem os poros, como num alvoroço de borboletas, singelas
e desordenadas.
Seriam estes cheiros, o perfume da própria saudade?
Ou a mais pura brincadeira de olhos que procuram certo olhar?
Por que me seguem tais perfumes? E porque aqui não narro mais uma sensibilidade que se cerra somente nos terrenos mentais?
Teus perfumes meu amigo, até hoje
São de fato verdadeiros, me recordam até
o clima, e mesmo as vestem que eu estava a usar
São como passarinhos pousados em ombros de estátuas, voando e retornando, sem hora, nem dia,
basta o desejo na mente do perfume chegar,
para o mesmo me visitar e em mim causar sequências de interrogações acerca do destino e suas projeções.