Perfume

Os mil e um perfumes que deixastes

impregnados em minha memória

me visitam de vez em quando, uma, duas vezes na semana.

Não há regra e nem hora para as fragrâncias de nossas memórias

Me invadirem os poros, como num alvoroço de borboletas, singelas

e desordenadas.

Seriam estes cheiros, o perfume da própria saudade?

Ou a mais pura brincadeira de olhos que procuram certo olhar?

Por que me seguem tais perfumes? E porque aqui não narro mais uma sensibilidade que se cerra somente nos terrenos mentais?

Teus perfumes meu amigo, até hoje

São de fato verdadeiros, me recordam até

o clima, e mesmo as vestem que eu estava a usar

São como passarinhos pousados em ombros de estátuas, voando e retornando, sem hora, nem dia,

basta o desejo na mente do perfume chegar,

para o mesmo me visitar e em mim causar sequências de interrogações acerca do destino e suas projeções.

Mirela Lourdes
Enviado por Mirela Lourdes em 04/11/2016
Reeditado em 08/11/2016
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