Um dia

Um dia, menos dia, mais dia do que noite, volvendo a madrugada em pedaços de canções,

nos vemos sentados na porta de nossa casa, olhando o jardim contando suas histórias em silêncio.

Vemos flores desabrochando devagarinho.

Logo que desabrocham começam a morrer.

Vivem apenas para um sussurrar de brisa leve.

Depois partem para o caos das pétalas perdendo a vivacidade.

O desabrochar é também o murchar.

Olhamos o céu e contemplamos estrelas, nem sabemos para quê.

Os momentos vazios nos tornam assim, voltados para o mais normal do mundo, porque na verdade,

nunca conheceremos a fundo a vida de uma estrela.

Nossa estadia em momentos vazios é pequena, porque nos sentimos assim, até que nos deem uma nova norma de vida,

ou que a criemos de forma inédita em nossa alma.

O tempo pode ser grande, mas o espaço nunca deixa de ser o mesmo, do que o de uma espera pequena,

porque quando se quer de verdade, passam as flores, as canções, as estrelas,

mas ficam as expectativas para sempre.

E o sempre compreende o que imaginamos, mas em verdade nunca o saberemos.

O momento existe e dia, menos dia, mais do que noite,volvendo a madrugada,

vamos vendo o luar sondando a terra e nada no mundo para que se invente uma nova forma de consciência,

senão, a de que já sabemos, porque somos como estrelas:

Porque nunca conheceremos a fundo a vida de uma pessoa.

Takinho
Enviado por Takinho em 07/11/2016
Reeditado em 09/03/2023
Código do texto: T5815696
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